Cirurgia de Cabeça e Pescoço

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Cirurgia de Cabeça e Pescoço

A Cirurgia de Cabeça e Pescoço é uma especialidade cirúrgica existente no Brasil desde 1957 (data da fundação do primeiro serviço especializado em hospital universitário – Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e oficialmente reconhecida como especialidade no final dos anos oitenta. Compreende a atividade cirúrgica voltada para o tratamento de pacientes com câncer da face e pescoço, totalizando 80% do trabalho do cirurgião. Tratamento de anomalias congênitas e afecções benignas desse segmento do corpo completam os 20% restantes da atuação cirúrgica do especialista. Assim, câncer da boca, laringe, faringes, tireoide, glândulas salivares e pele são as neoplasias mais comumente operadas pelo cirurgião de cabeça e pescoço. Atuação em conjunto com Neurocirurgiões, Otorrinos, Oftalmos, Plásticos e Cirurgiões Buco-Maxilo-Faciais são constantes nas cirurgias combinadas para tratamento de câncer.

O câncer de cabeça e pescoço está entre os mais comuns no Brasil, segundo o INCA – Instituto Nacional de Câncer, sendo o da boca o 5º e o da laringe o 8º mais frequentes. O etilismo, o tabagismo e as infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV) são os principais fatores de risco para esses tumores, sendo que, quando associados, aumentam muito tal risco. A exposição à radiação ultravioleta solar também é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer no lábio e na pele da face. Alterações genéticas são cada vez mais identificadas na gênese dos tumores da cabeça e pescoço.

A cirurgia é uma das opções para o tratamento desses tumores e, associada à quimioterapia e à radioterapia, compõem o arsenal que tem a maior probabilidade de curar o câncer dessa área do corpo.

Por vezes, as sequelas do tratamento cirúrgico, ou do tratamento combinado, levam os pacientes a necessitarem de reabilitações da fonação e da deglutição, ocasião em que Fonoaudiólogas, Fisioterapeutas e Enfermagem trabalham em conjunto, nas equipes multidisciplinares, para a obtenção do melhor resultado de reintegração dos pacientes ao convívio social.

Conteúdo escrito por Prof. Dr. Luiz Roberto Medina dos Santos

Luiz Roberto Medina - Autor ACBG Brasil

Livre-Docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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